4 ajudas para traduzir de acordo com o RGPD

RGPD
itechwords | 14 Jun 2018

Será que já se pode voltar a falar no RGPD?

Agora que já passou aquele momento mais tumultuoso para as empresas e tradutores com a tradução e implementação de dezenas de políticas de privacidade, e resposta (ou não) a muitas declarações de consentimento expresso.

Para quem tenha andado um pouco mais distraído, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, ou RGPD, é uma norma europeia que entrou em vigor no dia 25 de maio de 2018.
De uma forma muito simples, esta lei confere aos cidadãos maior controlo sobre os seus dados pessoais e aporta condições mais equitativas para as empresas.

Se ainda precisarem de mais (eu disse mais!?) informações sobre esta norma podem aceder à página da Comissão Nacional de Proteção de Dados ou da Comissão Europeia.

Partindo do princípio de que estão a cumprir as normas descritas no RGPD, é inevitável pensar como se podem aplicar estes procedimentos de forma segura durante a realização dos mais variados projetos de tradução.

Sendo um utilizador de longa data do SDL Trados Studio, desde o tempo em que ainda era preciso um dongle, comecei a procurar na excelente SDL AppStore de que forma poderia simplificar determinadas tarefas de proteção de dados pessoais aos nossos tradutores e clientes.


Aplicações que podem ajudar a simplificar as tarefas do RGPD

Reuni assim quatro aplicações (gratuitas e pagas) que podem ajudar a simplificar estas tarefas e que serão bastante úteis para qualquer tradutor.
Vejamos então, de forma breve, o que considero ser de maior destaque para cada uma delas:

  • projectAnonymize
  • SDLXLIFF Anonymizer
  • TMX Anonymizer
  • SDLTmConvert

1. projectAnonymize

A primeira vantagem da aplicação projectAnonymize, desenvolvida pela comunidade de programadores da SDL, é o facto de ser gratuita! Deste lote é a única que permite utilizar todas as suas funcionalidades sem obrigar a qualquer investimento.

De uma forma muito prática, esta aplicação permite encriptar através de etiquetas (tags) os dados que devem ser protegidos durante o processo de tradução e edição dos textos.

Em traços gerais, esta aplicação não implica uma alteração drástica no procedimento habitual de utilização do SDL Trados, o que se revela como mais um ponto positivo.
O projeto é preparado da forma habitual, os dados que devem ser protegidos são identificados através de uma etapa de “Batch Processing”, onde é criada uma palavra-passe para a proteção e reversão das etiquetas.

Em seguida, desenrolam-se as etapas de tradução, revisão e finalização, como habitual, e procede-se à atualização da memória ainda com a proteção dos dados sensíveis, para garantir o anonimato desta informação em futuras reciclagens de conteúdos para esse cliente.

Por fim, realiza-se a tarefa de reversão da proteção “Unprotect data” e guardam-se as versões finais que poderão ser enviadas para o cliente.

Neste processo, o maior cuidado recai sobre o recurso à palavra-passe que é a única forma de reverter os dados protegidos. Sem essa palavra-passe não existe outra forma de recuperar essa informação obrigando, no melhor dos cenários, a repetir todo o processo.


2. SDLXLIFF Anonymizer

A segunda aplicação é a SDLXLIFF Anonymizer que tem uma função diferente, pois não incide diretamente sobre os conteúdos dos textos, mas sim sobre os dados dos campos de sistema que vão ser gerados durante a tradução.

Ou seja, permite a anonimização dos campos “Translation origin”, “Origin system”, “Created by” e “Modified by”.

Esta aplicação desenvolvida por uma empresa alemã pode ser utilizada gratuitamente para a anonimização de apenas um documento .sdlxliff de cada vez.
Embora possa ser muito útil e prático para o processamento de projetos com apenas um ficheiro, não permite ser aplicado nos projetos com múltiplos ficheiros obrigando à aquisição de uma licença.


3. TMX Anonymizer

Do mesmo criador da aplicação anterior, podemos ainda utilizar a TMX Anonymizer para proceder à anonimização dos campos de sistema existentes numa memória.

Esta aplicação permite redefinir o nome dos campos “Creation User”, “Change User” de um ou vários ficheiros .tmx e até mesmo reiniciar a contagem de utilização das unidades de tradução.
Pode ser uma boa solução para anonimizar conteúdos recentes, criados antes da data de implementação do regulamento, existentes nas memórias de tradução de trabalho.


4. SDLTmConvert

A última aplicação deste lote é a única que não tem qualquer referência direta no seu nome à anonimização, mas a verdade é que essa não é a sua principal função.
Certamente, já estão a pensar: mas então como é que isto me pode ajudar com o RGPD?
Já lá chegarei, primeiro deixem-me falar das suas vantagens originais.

SDLTmConvert permite converter as memórias de tradução em diversos formatos de uma forma muito simples e intuitiva. Além do mais, não obriga a ter o SDL Studio instalado, funcionando de forma totalmente autónoma.
Com esta útil ferramenta, é possível converter as memórias de tradução .sdltm para os formatos .xliff, .tmx, .xml, .csv ou .txt podendo ainda optar por remover as etiquetas existentes no texto. Garanto, vale a pena experimentar.

As vantagens para o RGPD chegam agora: neste processo de conversão é ainda possível definir ou remover o nome dos utilizadores da memória, remover a data de criação e alteração das unidades de tradução, ou remover toda a informação das unidades de tradução.

Torna-se assim uma ferramenta bastante polivalente que pode resolver várias situações com uma única operação, daí justificar a sua escolha para esta lista.
A sua utilização é gratuita para as memórias com um máximo de 50 000 unidades de tradução. A versão ilimitada tem um custo de 35 €, mas pode ser uma boa solução para fazer cópias de segurança das vossas memórias, salvaguardando os dados pessoais.


Por fim, aconselho que numa primeira fase ensaiem estas aplicações sempre com cópias dos ficheiros originais, para garantir que não perdem nenhuma informação, caso os resultados não correspondam ao esperado.
Contem como foi a vossa experiência com estas aplicações e qual delas gostaram mais ou se adapta melhor ao vosso trabalho. Utilizam outras aplicações?

Quero saber tudo, fico a aguardar os vossos comentários.

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